quarta-feira, outubro 25, 2006

Glauber Rocha - Biografia


Glauber de Andrade Rocha (Vitória da Conquista, 14 de março de 1938 — Rio de Janeiro, 22 de agosto de 1981) foi um cineasta brasileiro. Foi também ator e escritor.


Biografia

Glauber Rocha nasceu na então pequena cidade de Vitória da Conquista, hoje um grande centro no sertão baiano, filho de Adamastor Bráulio Silva Rocha e de Lúcia Mendes de Andrade Rocha.
Foi criado na religião materna, convertida ao presbiterianismo por missionários americanos da Missão Brasil Central.
Alfabetizado pela mãe, estudou no "Colégio do Padre Palmeira" - instituição transplantada pelo padre Luís Soares Palmeira de Caetité (então o principal núcleo cultural do interior do Estado).
Em 1947 mudou-se com a família para Salvador, onde seguiu os estudos num dos melhores colégios da capital - o Colégio 2 de Julho, dirigido pela Missão Presbiteriana, e ainda hoje uma das principais escolas da cidade.
Ali, escrevendo e atuando numa peça, seu talento e vocação foram revelados desde para a arte representativa. Participou em programas de rádio, grupos de teatro e cinema amadores, e até do movimento estudantil, curiosamente ligado ao Integralismo.
Começou a realizar filmagens (seu filme Pátio, de 1959, é o primeiro longa-metragem da Bahia]], ao mesmo tempo em que ingressou na Faculdade de Direito da Bahia (hoje um dos cursos da Universidade Federal da Bahia), entre 1959 a 1961), que logo abandonou para iniciar uma breve carreira jornalística, em que o foco era sempre sua paixão pelo cinema. Da faculdade foi o seu namoro e casamento com uma colega, Helena Ignez.
Sempre controvertido, escreveu e pensou cinema. Queria uma arte engajada ao pensamento e pregava uma nova estética, uma revisão crítica da realidade. Era visto pela ditadura militar que se instalou no país, em 1964, como um elemento subversivo.
No livro 1968 - O ano que não terminou, Zuenir Ventura registra como foi a primeira vez que Glauber fez uso da maconha, decepcionando a todos - bem como o fato de esta droga ter seu consumo introduzido na juventude como parte dos trabalhos da CIA (Agência Americana de Inteligência) no Brasil.
Em 1971, com a radicalização do regime, Glauber partiu para o exílio, de onde nunca retornou totalmente.
Morreu, vítima de septicemia , ou como foi declarado no seu atestado de óbito, de um choque bacteriano, provocado por uma broncopneumonia, que o atacava há mais de um mês, na Clínica Bambina, no Rio de Janeiro, depois de ter sido transferido de um hospital de Lisboa, capital de Portugal, onde permaneceu 18 dias internado. Residia há meses em Sintra, cidade de veraneio portuguesa, e se preparava para fazer um filme, quando começou a passar mal.

O cineasta
Antes de estrear na realização de uma longa metragem (Barravento, 1962), Glauber Rocha realizou vários curtas-metragens, ao mesmo tempo que se dedicava ao cineclubismo e fundava uma produtora cinematográfica.
Deus e o diabo na terra do sol (1964), Terra em transe (1967) e O dragão da maldade contra o santo guerreiro (1969) são três filmes paradigmáticos, onde uma crítica social feroz se alia a uma forma de filmar que pretendia cortar radicalmente com o estilo importado dos Estados Unidos da América, pretensão essa compartilhada pelos outros cineastas do Cinema Novo, corrente artística claramente liderada por Rocha.
Glauber Rocha foi um cineasta controvertido e incompreendido no seu tempo, além de ter sido patrulhado tanto pela direita como pela esquerda brasileira. Ele tinha uma visão apocalíptica de um mundo em constante decadência e toda a sua obra denotava esse seu temor. Para o poeta Ferreira Gullar, "Glauber se consumiu em seu próprio fogo".
Com Barravento ele foi premiado no Festival Internacional de Cinema da Tchecoslováquia em 1963. Um ano depois, com 'Deus e o diabo na terra do sol, ele conquistou o Grande Prêmio no Festival de Cinema Livre da Itália e o Prêmio da Crítica no Festival Internacional de Cinema de Acapulco.
Foi com Terra em transe que tornou-se reconhecido, conquistando o Prêmio da Crítica do Festival de Cannes, o Prêmio Luis Buñuel na Espanha e o Golfinho de Ouro de melhor filme do ano, no Rio de Janeiro. Outro filme premiado de Glauber foi O dragão da maldade contra o santo guerreiro, prêmio de melhor direção no Festival de Cannes e, outra vez, o Prêmio Luiz Buñuel na Espanha.

Filmografia
1980 - A idade da terra
1979 - Jorjamado no cinema
1976 - Di Glauber
1975 - Claro
1974 - As armas e o povo
1974 - História do Brasil
1972 - Câncer
1970 - Cabeças cortadas
1970 - O leão de sete cabeças
1968 - O Dragão da maldade contra o santo guerreiro
1967 - Terra em transe (35mm, PB, 105')
1966 - Maranhão 66 (35mm, PB, 11'). Documentário que registra a posse de José Sarney como governador do Maranhão. Foi financiado pelo próprio evento que marcou o início da domínio político da família Sarney no Estado, que perdura até hoje. Em contraponto ao discurso de posse e da multidão em celebração, o filme mostra a miséria da população a ser governada. Algumas das imagens documentais da festa foram usadas na montagem de Terra em transe.
1963 - Deus e o diabo na terra do sol
1960 - Barravento
1959 - O pátio (PB, 11'). Glauber estréia com um curtametragem hermético e experimental, vertentes que logo em seguida ele renegará em favor de um cinema político, mas que reaparecerão mais tarde em filmes como Câncer e A idade da terra.


Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre. - http://www.wikipedia.org/

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Muito legal encontrar um espaço para aprofundar meus conhecimentos... Cultura nunca é demais! Além de nos poupar tempo com pesquisas, os textos são como as melhores uvas pra fabricação de um "Seleção" de boa qualidade. Obrigada!

quarta-feira, outubro 25, 2006  

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